S17 – Geoconservação e geoturismo – uma nova perspectiva para o patrimônio natural

 

TURISMO MINERAL E GEOTURISMO EM MINAS GERAIS

 

Antonio Liccardo –.Pietra Nobile Gemas & Minerais -  liccardo@ambienteimagem.com.br

Guilherme Bamberg – GEA – geabr@uai.com.br

 

O Estado de Minas Gerais é reconhecido como grande produtor de minerais gema e amostras raras para coleção, estando boa parte de seu produto turístico ligado à produção e comercialização destes minerais. Excursões científicas para visitação de minas, garimpos e comércio de gemas, normalmente ligadas a congressos, feiras e simpósios, apresentam uma média de inscrições muito maior que em outras temáticas e, ainda, empresas de turismo oferecem roteiros que envolvem turismo mineral em algumas regiões.

 Levantamentos preliminares foram realizados para a implementação de uma rota geoturística/mineral envolvendo o turismo tradicional, ligado à história, ao patrimônio natural e ao comércio de minerais e gemas, com a apresentação de informações científicas ao visitante. A Província Pegmatítica Oriental, o Quadrilátero Ferrífero e a Serra do Espinhaço formam um considerável pacote de dados que são introduzidos em linguagem simplificada e acessível neste trabalho.

 O turismo como atividade geradora de renda encontra hoje, no Brasil, seu melhor momento, em função das inúmeras variantes que estão sendo desenvolvidas, do aprimoramento dos serviços e da globalização. Geoturismo é a oferta de informações sobre os processos de formação e sobre ambientes geológicos em pontos de visitação turística. O turismo mineral é uma variação do geoturismo que atinge, além dos apreciadores do ambiente natural, colecionadores e compradores de minerais e gemas, com especial importância econômica e social em Minas Gerais. O geoturismo e o turismo mineral já existem há vários anos em outros países, definindo um produto turístico de grande valor e sem limitação de durabilidade como alguns produtos artificiais.

Minas Gerais apresenta um interessante conjunto de características geológicas que podem ser oferecidas como produto turístico além dos tradicionais. A história do povoamento ligado à mineração e os cenários naturais podem ser considerados como fatores de turismo cultural e de consumo. Este tipo de turismo já acontece e não tem sido apreciado em sua verdadeira dimensão. Cidades como Ouro Preto e Diamantina apresentam esse perfil juntamente aos atrativos turísticos clássicos. Entre igrejas históricas e a arquitetura colonial floresce o comércio de minerais e a visitação a antigos ambientes de mineração. Outras, como Teófilo Otoni e Governador Valadares, apresentam o turismo mineral ou de consumo como o mais importante dentro de suas estruturas econômicas, com intenso fluxo de turistas consumidores de gemas ou minerais.

A criação de uma rota geoturística ou de turismo mineral em Minas Gerais representa o aprofundamento, a divulgação e a integração de um potencial já existente e espontâneo. Os fatores históricos, geológicos, geográficos e sociais integrados resultaram num roteiro que engloba os seguintes municípios: Ouro Preto, Mariana, Catas Altas, Itabira, Nova Era, Guanhães, Santa Maria do Itabira, Governador Valadares, Conselheiro Pena, Galiléia, Teófilo Otoni, Padre Paraíso, Araçuaí, Diamantina e Corinto. Neste roteiro são contemplados o patrimônio geológico natural, a história da mineração e a cultura mineral e gemológica, além dos patrimônios arquitetônico e histórico.