POTENCIAL GEOTURÍSTICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, NORDESTE DO BRASIL: DESTAQUE PARA SEUS MONUMENTOS/SÍTIOS GEOLÓGICOS

 

Marcos A.L. Nascimento*, Wendson D.A. Medeiros (Faculdade Câmara Cascudo, A4 Consultoria Ambiental), Antonio C. Galindo (PPGG/UFRN), Zorano S. Souza (PPGG/UFRN)

 

(* Terra & Mar Soluções em Geologia e Geofísica Ltda, marcos@geologia.ufrn.br)

 

O Rio Grande do Norte possui grande diversidade de litologias/estruturas geológicas constituindo exemplares didático-científicos na escala de tempo geológico. Neste sentido, citam-se: i) rochas do complexo gnáissico-migmatítico, constituindo o embasamento cristalino Pré-Cambriano (570 a 3500 milhões de anos); ii) bacias sedimentares cretáceas a terciárias (140 a 30 milhões de anos); e iii) litologias do período Quaternário (< 1,7 milhões de anos), incluindo arenitos de praias e dunas costeiras. Essas litologias/estruturas são verdadeiros patrimônios da história da Terra, possibilitando o entendimento da evolução geológica e o desenvolvimento geocientífico.

 

Nesse contexto, o RN apresenta forte potencial para desenvolvimento de atividades como o Geoturismo, modalidade do turismo que se desenvolve em bases geocientíficas/sustentáveis, visando promover a conservação dos patrimônios geológicos, o qual encontra-se ameaçado devido à falta de conhecimento sobre sua importância e devido a ausência de medidas legais de proteção. Destarte, esse trabalho mostra a necessidade da preservação desse patrimônio, seja como monumentos naturais, previsto na Lei n° 9.985/2000, que trata das unidades de conservação brasileiras, seja como sítios geológicos e patrimônio natural da humanidade, com intuito de resgatar/valorizar a cultura geológica do Estado.

 

Dentre diversos exemplos de sítios/monumentos geológicos encontrados no RN pode-se destacar as falésias litorâneas da Formação Barreiras, as dunas, praias e beach-rocks expostos principalmente nas praias de Tabatinga, Tibau do Sul e Pipa; as serras, picos e afloramentos, no interior do Estado, como destaque para as serras de Martins, Portalegre, Santana e Feiticeiro, o Pico Vulcânico do Cabugi (Pedro Avelino/Angicos), o Lajedo de Soledade (Apodi), o Lajedo da Escada (Baraúnas). Têm-se ainda as cavernas do Roncador (Felipe Guerra) e a Casa de Pedra (Martins), e as diversas morfologias esculpidas em rochas granitóides em Acari e Monte das Gameleiras, juntamente com a existência das rochas mais antigas da América do Sul (Bom Jesus/Serra Caiada) com idade de 3,45 bilhões de anos. Além disso, convém destacar os sítios arqueológicos (Carnaúba dos Dantas, Lajedo de Soledade) e paleontológicos que se espalham por todo o Estado, complementando seu potencial para a prática do Geoturismo, apoiado nas suas diversas atividades, como rappel, escaladas, trekking, etc.

 

Finalmente, destacamos a mineração e seu potencial geoturístico onde o Distrito Mineiro da Brejuí (Currais Novos) representa o melhor exemplo. A Mina Brejuí com 60km de túneis subterrâneos, já possui cerca de 1km preparado para visitação. Há também um Museu instalado com toda a história da Mina.

 

Diante do exposto, o Geoturismo requer planejamento prévio e adequado para se consolidar e se desenvolver garantindo o sucesso da atividade que prevê a participação das comunidades locais, a geração de emprego/renda, a minimização dos impactos ambientais e dos problemas sócio-econômicos, e a conservação do patrimônio natural para as presentes e futuras gerações.