POTENCIALIDADES NATURAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO
NO MUNICÍPIO DE CURRAIS NOVOS-RN: UMA ALTERNATIVA PARA O
TURISMO SUSTENTÁVEL
Leão Xavier da Costa Neto e Ronaldo Fernandes Diniz
(CEFET-RN) (leaoneto@eol.com.br)
O município de Currais Novos está localizado na Mesoregião
Central Potiguar, na Micro-
região Homogênea do Seridó, distando cerca de 180 km da
capital do Estado e ocupando uma área de 903 km2. Apresenta-se geologicamente
constituído por rochas metamórficas e ígneas, com altitude média de 343 m,
temperatura média anual de 27,5ºC, precipitação pluviométrica média de 443,1
mm/ano, vegetação predominantemente constituída pela Caatinga Hiperxerófila e a
Caatinga Subdesértica do Seridó (vegetação mais seca do Estado), onde predomina
um clima árido a semi-árido. Os ambientes com potencial ecoturístico do município
de Currais Novos estão atrelados as suas características climáticas, aos
ambientes naturais relacionados à geomorfologia, à geologia, à arqueologia e à
vegetação, além de ambientes mistos (naturais e artificiais), estes últimos
relacionados à mineração, aos mananciais hídricos e às casas de fazenda. As
serras, de topo irregular e pontiagudo, são feições que se sobressaem na
topografia local, tais como: serra da Brejuí, Acauã, do Chapéu, Pau-Pedra, do
Dorna, Preta e a de topo plano, a serra de Santana. Como feições topográficas de
menor porte encontram-se o pico do Totoró, a pedra do Navio (Cruzeiro) e
formações exóticas na região da Fazenda Acauã. Essas serras são constituídas
por rochas metamórficas (xistos, gnaisses, mármores, quartzitos,
calciossilicáticas e outras) e ígneas (granitos, pegmatitos e outras). A
presença de um canyon – “Os Apertados” - esculpido pelo rio Picuí nos
quartzitos da Serra das Imburanas, além de suas belezas paisagísticas,
constitui um importante recurso para a prática de esportes radicais. O sítio
arqueológico e ecoturístico do Totoró apresenta uma diversidade de atrativos,
onde se pode conciliar atividades ecoturísticas, de lazer e atividades
relacionadas aos aspectos histórico-cultural do município, podendo-se elencar o
Pico do Totoró, a Pedra do Caju, a Pedra do Sino, a Lagoa do Santo e a
existência de uma comunidade nativa, composta por descendentes de escravos. A
exploração de scheelita no município teve início no ano de 1942, com a
descoberta do maior depósito scheelitífero do Estado, na localidade de Brejuí
e, posteriormente, nas áreas de Barra Verde e Boca de Lages. Atualmente a
exploração industrial de scheelita na região se encontra paralisada. O relevo
de serra, possibilitando uma bela visão panorâmica local, as centenas de quilômetros
de galerias, shafts e salões, ocasionalmente com a presença de lagos internos,
os equipamentos mineiros (perfuratrizes, vagonetes, jigs, grelhas, usina de
beneficiamento, etc.), as atividades mineiras superficiais (altas pilhas de
rejeito – “dunas”), as atividades mineiras sub-superficiais (inclinados) e o
Memorial Tomaz Salustino constituem importantes atrativos turísticos
adicionais. Pequenos açudes podem ser utilizados em atividades de lazer,
podendo-se elencar principalmente o Açude Dourado, do Totoró, Barra Verde e do
Angico. Os casarios de fazenda, associados ao importante potencial natural que
os cerca, também constituem uma importante fatia para o incremento do turismo
rural, identificando-se a sua presença na Fazenda Barra Verde, Aba da Serra e
Angico, entre outras.