O Projeto Caminhos Geológicos e seus Desdobramentos no Estado do Rio de Janeiro

 

 

Kátia Mansur (kmansur@drm.rj.gov.br) e Flavio Erthal - DRM-RJ

 

 

O Estado do Rio de Janeiro, através do DRM-RJ, está se constituindo em referência

nacional no tema divulgação do patrimônio geológico, a partir da execução do Projeto

Caminhos Geológicos.

A iniciativa de sistematizar a história geológica de todo o estado, materializando-a em

painéis explicativos em linguagem acessível aos leigos, foi tomada em 2000. Determinado

a promover a divulgação e preservação dos monumentos geológicos fluminenses, o DRM-

RJ inaugurou, em Armação dos Búzios em 2001, o Projeto Caminhos Geológicos, cujo

objetivo é “promover a difusão do conhecimento geológico do Estado do Rio de Janeiro

como base para a preservação de seus monumentos naturais, verdadeiro patrimônio de

todos os cidadãos”.

Como Serviço Geológico Estadual, buscou nas Universidades e Centros de Pesquisa o

apoio científico para levar à sociedade o entendimento da evolução geológica do estado,

como forma de ampliar as noções de respeito pela natureza. A disseminação de

informações científicas, culturais, educativas e ecológicas transformam o projeto em

importante ferramenta para promover a cidadania.

Além da disponibilidade de informação científica, como estratégia de implantação optou-se

por localizar os primeiros painéis em locais de fácil acesso e de ampla circulação de

pessoas, incluindo sinalização especial nas estradas.

Foram implantadas 26 placas e cerca de 100 outras estão em discussão com pesquisadores.

A difusão do conhecimento levou a um outro desdobramento que também faz parte do

objetivo geral do projeto: a preservação do patrimônio geológico fluminense.

Assim, em outubro de 2003, costões rochosos de Armação dos Búzios, balneário turístico

de projeção internacional, foram tombados pelo INEPAC – Instituto Estadual do

Patrimônio Cultural, em cujo processo considerou-se a geologia um bem cultural da

sociedade. Outras duas áreas de interesse geológico-cultural estão com processo de

tombamento no INEPAC, a Reserva de Tauá, em Cabo Frio, e o Vulcão de Nova Iguaçu.

Ainda na tarefa de incorporar patrimônio geológico à cultura e ambiente natural, em junho

de 2004, foi inaugurada a sinalização geológica da primeira trilha do Parque Municipal de

Nova Iguaçu, onde se localiza parte de uma rara estrutura vulcânica presevada no estado.

Foram implantados 6 painéis explicativos em projeto que envolveu, além do DRM-RJ, a

UERJ, a UFRuralRJ e a Prefeitura de Nova Iguaçu. O projeto de sinalização prevê a

implantação de mais 18 painéis, de forma a constituir aquele espaço público em um

geoparque.

O Estado do Rio de Janeiro saiu na vanguarda da disseminação da informação geológica

para a sociedade como um todo e isto não passou desapercebido por outras entidades

ligadas à geologia do país. Desta forma, o DRM-RJ apoiou ações de réplica do projeto no

Paraná e na Bahia, além de ceder informações para Goiás, Pará, Pernambuco e Rio Grande

do Norte. Também, a CPRM solicitou e recebeu informações sobre suaa metodologia de

implantação. A Petrobras está assinando convênio com o DRM-RJ para ampliação dos

Caminhos Geológicos no Estado e apoio metodológico em outros locais do Brasil.