MUSEUS PALEONTOLÓGICOS DO NORDESTE : TOMBAMENTO DO ACERVO
José Henrique Almeida Moita
Rua Visconde da Parnaíba 3020, apt.304, Horto Florestal,
Teresina, Pi, cep.64049570, Centro de Ciências Biológicas e
Agrárias, UESPI, e-mail:jhenry@webone.com.br
Hendrie Ferreira Nunes
Quadra 72, casa 3, Bela Vista II, Teresina, cep.
640301000,e-mail:pitangus@globo.com
Os museus latino-americanos, já no século XIX desempenharam
suas funções de centro de
pesquisa, bem como exerceram um papel pioneiro na institucionalização
de áreas de conhecimentocomo a paleontologia [Lopes, M.M.1882, CBG, Anais...37,
1:13-14]. Constata-se, no entanto, que muitos importantes fósseis coletados em
subsolo nacional, encontram-se atualmente longe dos museus brasileiros; é o caso
do Staurykosaurus, um dos primeiros dinossauros carnívoros, não gigantesco,
encontrado na região de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que está hoje
agregados a coleção do American Museum of Natural History (EUA) [Alho,
C.J.R.,1991, Ciência Hoje 13 (73): 40-45].O presente trabalho pretende
diagnosticar aspectos quanto-qualitativos referentes ao interesse que os museus
paleontológicos do interior do nordeste despertam na comunidade regional e nos
turistas das diversas regiões, ressaltando a importância destas
instituições.Tais museus, aqui
concebido como aqueles construídos na região dos sítios,
quando devidamente institucionalizados e articulados aos setores competentes do
governo, a exemplo do DNPM, e da sociedade civil, a exemplos de instituições de
ensino e pesquisa, podem desempenhar importante e efetivo papel na preservação,
pesquisa e divulgação do acervo fossilifero, no intercâmbio de material com
outros museus, além de proporcionarem geração de renda através da suas inserção
em roteiros turísticos.Procedeu-se a visitação de cinco museus, dos quais dois
(Santana do Cariri-Ce e Jardim - Ce) paleontológicos, e os demais (Assaré -Ce,
Nova Olinda-Ce e Exu-Pe), não paleontológicos, estes utilizados como
referencial de comparação.No agrupamento de pares, confrontou-se dados relativos
aos museus com características análogas (área total aproximada dos expositores,
tempo de fundação) tentando-se minimizar a influencia de tais características
no resultado.Através destes
procedimentos, constatou-se que; (1-Aspectos
Quantitativos).1.a)-a taxa média anual de
crescimento das visitações no museu de Santana
(paleontológico) é de 42,5%, contra 4,49% do museu de Exu, (não paleontológico)
para a série temporal analisada;1.b)-enquanto o museu de Assaré(não
paleontológico) foi visitado por 2.398 pessoas em 2002,o museu de Bom Jardim (paleontológico)
já atingira, no mesmo período, a cifra semelhante, com 2.318 visitantes, não obstante
o fato de ter sido o último,mais recente, inaugurado a apenas dois anos, e de
ser mantido por uma instituição civil ainda sem apoio financeiro governamental
e de possuir instalações comparativamente mais modestas. (2-Aspectos
qualitativos).2.a)- Quanto à procedência dos visitantes verificou-se serem:
94,5% deles oriundos dos próprios estados onde se encontram os museus; 3,9% de
outros estados da região nordeste; 0,7% de outras regiões do país, e 0,9% de outros
países( no caso,Europa e/ou Estados Unidos). A preservação do acervo
fossilífero tem sido uma constante preocupação no Brasil. A prática do
tombamento garante o retorno de fósseis raros que, pra efeito de estudo ou
exposições intinerantes, tenham saído da área de jurisdição municipal. A
originalidade dessas peças fósseis, sem dúvidas, garante aos museus maior
atratividade para as visitações turísticas.