LITOTECA DA RESERVA TAUÁ – RIO DE JANEIRO : PRESERVAÇÃO DO
PATRIMÔNIO GEOLÓGICO DA REGIÃO DOS LAGOS
Schmitt, R.S.1 (renataschmitt@uol.com.br); Kolontai, T.2;
Alves, J.N.2; Freire, R.D.2; Góes, N.F.B.1,2; Sales, C.R. 1(a)
1 - Faculdade de Geologia – UERJ (a) Bolsista IC FAPERJ
2 -Reserva Tauá – Pântano da Malhada – Cabo Frio – Armação
dos Búzios, RJ
A Região dos Lagos, litoral leste do Rio de Janeiro,
apresenta uma evolução geológica ímpar registrada no seu substrato rochoso
(Rosier et al.,1965; Reis & Mansur, 1995; Schmitt & Mansur, 2001;
Schmitt et al., 2004). Com o intuito de preservar este patrimônio geológico para
as futuras gerações, as equipes da Reserva Tauá, área de preservação ambiental
de iniciativa privada, em Cabo Frio e Armação dos Búzios, em parceria com a
Faculdade de Geologia da UERJ está implantando uma litoteca, com a exposição do
acervo geológico da região. Com a rápida expansão imobiliária e populacional
desta área, vários pontos já tiveram sua vocação ambiental comprometida e, com
o avanço deste processo, tornar-se-ão inacessíveis ou até mesmo extintos. A
formação de uma coleção de rochas, minerais e sedimentos permitirá que a
comunidade, que congrega várias escolas de ensino fundamental, o público em
geral, os turistas e os profissionais da área de ciências da natureza e da
Terra possam conhecer mais a história do território fluminense. Cada amostra
possuirá uma descrição sucinta de sua constituição, sua origem e sua idade.
Foram devidamente catalogadas e descritas 50 amostras de rochas e 21 amostras
de sedimentos. As principais unidades geológicas coletadas foram: (A)
Ortognaisses Região dos Lagos; (B) Supracrustais Búzios-Palmital; (C) Diques
meso-cenozóicos; (E) Rochas alcalinas; (F) Brechas cataclásticas. O projeto foi
dividido em seis etapas: (1) Coleta do material no campo; (2) Tratamento em laboratório;
(3) Catalogação; (4) Construção da litoteca; (5) Geração de material didático e
de divulgação; (6) Inauguração e gestão inicial. A primeira fase do projeto –
implantação da litoteca – encerra com uma avaliação dos seis primeiros meses
após a inauguração em outubro de 2004. Esta iniciativa pioneira no Brasil abre
uma perspectiva de se preservar a memória e o patrimônio geológico,
aprofundando ainda os laços entre a universidade e a iniciativa privada na
busca de soluções possíveis para os problemas e deficiências brasileiras.
Referências Bibliográficas
REIS, A.P. & MANSUR, K.L. 1995. Sinopse geológica do
Estado do Rio de Janeiro – Mapa
Geológico
1:400.000. DRM-RJ. Niterói (RJ). Texto e Mapa. 90 p.
ROSIER,
G.F. 1965. Pesquisas geológicas na parte oriental do Estado do Rio de
Janeiro e na
parte vizinha de Minas Gerais. Boletim do DNPM, Rio de
Janeiro, v.222, p. 1-40.
SCHMITT,
R.S. & MANSUR, K.L. 2001. Os Caminhos Geológicos do Estado do Rio de
Janeiro – a experiência de Armação dos Búzios. Boletim de
Resumos VII Simpósio Geol.
Sudeste. Rio de Janeiro (RJ).1: 205.
SCHMITT, R.S.; TROUW, R.A.J.; VAN SCHMUS, W.R.; PIMENTEL,
M.M. 2004. Late
amalgamation
in the central part of West Gondwana: new U-Pb data and the
characterization
of a Cambrian collisional orogeny in the Ribeira belt – SE Brazil.
Precambrian
Research, Amsterdam, v.133, n.3/4.